segunda-feira, 21 de julho de 2014

Cidade de Assomada acolhe o segundo fórum Diocesano da família.



Fórum no centro de Calvário em Assomada
No passado dia 18 de Julho, pelas 15:30 deu-se o início ao segundo fórum Diocesano da família, na paróquia de Santa Catarina, no centro de Calvário.

O II fórum Diocesano da família decorreu sob o lema: Família um projecto de amor em construção; Durante três dias as famílias de dezoito paróquias da Diocese de Santiago, com excepção das paróquias da ilha do fogo, que por motivos desconhecidos não participaram neste evento, debateram painéis como: “A alegria do Evangelho e os desafios da Evangelização da família”,” A dignidade Humana e a sexualidade”, “Paternidade responsável e planeamento familiar” e no quarto e ultimo painel o debate gerou em volta do “Sacramento do Matrimónio, Caminho para a Santidade.”Apôs o debate teve lugar para uma reflexão em casal, reflexão essas que serviram para reforçar a união das famílias católicas.
Segundo a coordenadora nacional do Secretariado Diocesano da família, Filomena Barreto, este fórum sérvio para mostrar que existe famílias capaz de levar a alegria do Evangelho para todos aqueles que estão distantes da Igreja e que são capazes de cultivar, amor para que haja uma boa sociedade. Disse ainda as famílias presentes para serem verdadeiros testemunhos do amor de Cristo.      

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Nepotismo na política

Nepotismo como sabemos é praticado por políticos que dão emprego público aos parentes. É a retribuição de cargos de confiança a esposa, filhos, primos, etc.
No mundo em que vivemos, principalmente no nosso país a política tem sido o centro de todas as atenções, sobretudo nos meios de comunicação social.
Nepotismo é praticado diariamente pelos políticos, principalmente nas Câmaras Municipais onde o cargo mais alto é atribuído aos filhos, irmãos, primos sobrinhos do presidente. Por estes e outros motivos, que não se notam um desenvolvimento em muitos concelhos. Toda a ajuda dada pelo Governo ou pelos países ” amigos de Cabo Verde”, vão directamente para os seus bolsos.
No nosso país há muitos jovens com formação superior, que tem a capacidade de exercer cargos altos nas instituições. Eu acho que os membros do Governo devem dar mais crédito de confiança a esses jovens.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Breve história sobre funaná

Funaná é um género musical relativamente recente. Segundo a tradição oral, o funaná surgiu quando, numa tentativa de aculturação, o acordeão teria sido introduzido na ilha de Santiago no início do século xx, para que a população aprendesse os géneros musicais portugueses. O nome funaná é recente, surgiu nos anos 60 e 70. Para uns, o nome deriva da palavra portuguesa “fugagá”, e para outros o nome vem da junção dos nomes de dois exímios tocadores, um de gaita e outro de ferrinho, chamados de Funa e Naná.

As palavras mais antigas para designar o funaná eram “fuc-fuc” e “badju l´gaita” Funa tocava gaita (acordeão), e Naná sua esposa, tocava ferrinho (barra metálica, originalmente a lamina de uma enxada, com que se marca o ritmo ao ser friccionada com uma faca ou outro objecto metálico).

A fusão desses dois nomes (Funa + Naná) deu o nome ao estilo musical que hoje é conhecido por Funaná.  
Inicialmente era um género exclusivo de Santiago. Durante muito tempo o funaná foi relegado para um contexto rural e/ou para as camadas mais desfavorecidas da população. Chegou mesmo a ser proibida a sua interpretação na capital, onde era a morna que gozava de prestígio e de um carácter nobre.
Durante a década de 1970, e sobretudo depois da independência, houve tentativas de fazer ressurgir certos géneros musicais, entre os quais o funaná. A ideologia socialista da pós-independência, com a luta contra a desigualdade entre as classes sociais constituiu terreno fértil para o (re) surgimento do funaná, que até então era considerado música das camadas mais desfavorecidas. Essas tentativas não foram muito bem-sucedidas sobretudo porque «o funaná não conseguiu desgarrar-se da coladeira»

Em  1980, o funaná ressurgiu com o conjunto Bulimundo e o seu mentor Carlos Alberto Martins (mais conhecido por Catchás). Este “bebeu” directamente à fonte (o interior da ilha de Santiago). Catchás aproveitou os seus conhecimentos de jazz e música clássica para inventar um novo estilo de tocar o funaná, apoiando-se em instrumentos eléctricos, que viria a influenciar quase todos os artistas em diante. Graças ao sucesso do conjunto Bulimundo, o funaná foi exportado para todas as ilhas em Cabo Verde. Hoje, o funaná já não é visto como um género exclusivo de Santiago, sendo composto, interpretado e apreciado por pessoas de todas as ilhas.

 Os anos 80 foram anos da divulgação do funaná em Cabo Verde, os de 90 foram da internacionalização.
O conjunto Finaçon, nascido de uma cisão do conjunto Bulimundo, foi um dos responsáveis pela divulgação internacional deste género musical, graças a um contrato com uma prestigiada firma distribuidora estrangeira.Não só o funaná passa a ser conhecido internacionalmente, como é também interpretado por conjuntos musicais no estrangeiro, cabo-verdianos ou não.

A nível de técnicas musicais não se registam grandes inovações ao «estilo Catchás», talvez apenas no que diz respeito à orquestração (exploram-se as possibilidades dos instrumentos electrónicos). Verifica-se também, nesta altura, a excessiva comercialização e banalização do funaná. Durante um ano, houve a tentativa de divulgar o funaná em França. Essa tentativa não teve sucesso porque tentou-se vender o funaná como «música de moda para dançar no Verão» (logo a seguir à lambada), e não explorar as particularidades etno-musicais do funaná.
A partir dos fins dos anos 90 houve um retorno às raízes, onde os conjuntos preferem interpretações com gaitas e ferrinhos autênticos (ocasionalmente adiciona-se um baixo, uma bateria e uma guitarra). Um dos principais conjuntos dessa nova vaga é o conjunto Ferro Gaita. Assim reza a história a propósito da origem do Funaná.

 

Homens tocando ferro e gaita
Como género

Como género musical, o funaná caracteriza-se por ter um andamento variável, de vivace a andante, e um compasso binário. O funaná está intimamente associado ao acordeão, mais precisamente ao acordeão diatónico, conhecido em Cabo Verde por gaita. Este facto vai influenciar uma série de aspectos musicais que caracterizam o funaná, como por exemplo, o facto de, na sua forma mais tradicional, usar apenas escalas diatónicas e não cromáticas.
Como género musical, o funaná caracteriza-se por ter um andamento variável, de vivace a andante, e um compasso binário. O funaná está intimamente associado ao acordeão mais precisamente ao acordeão diatónico, conhecido em Cabo Verde por gaita. 

Dança do funaná
Como dança

A dança do funaná é menos sensual para apreciar mas é mais erótica e é mais acelerada. Nesta dança os pares agarram-se com uma mão à cintura e a outra, à mão do paceiro e começam a movimentar o corpo e os pés. Assim, os pares roçam-se e esfregam-se num ritmo frenético ao ponto de no final de uma música estarem todos transpirando de suor. Os pares podem ser também duas mulheres ou um homem e uma mulher. No modo de dançar mais rural, os corpos estão ligeiramente inclinados para frente (havendo contacto nos ombros), e os pés levantam-se do chão. No modo de dançar mais urbano, mais estilizado, os corpos estão na vertical (havendo contacto na zona peitoral), e os pés arrastam-se pelo chão.

Com o surgimento do funaná electrónico os bailarinos dançam ora aos pares ora isolados impondo novas técnicas e novas coreografias resultado de influência de outras danças, como a das bailarinas de continente africana, americana e europeu.

 

Características

A estrutura da composição do funaná não é muito diferente da estrutura de outros géneros musicais em Cabo Verde, ou seja, basicamente, a música estrutura-se num conjunto de estrofes principais que se alternam com um refrão. Só que, intercalando as estrofes e os refrãos existe um solo executado na gaita.
O acompanhamento é executado com a mão esquerda na gaita, fornecendo os baixos e os acordes. O modelo rítmico é executado no ferrinho.

A linha melódica do funaná varia muito ao longo da composição, com muitas séries de notas ascendentes e descendentes. Os cantores de funaná ocasionalmente utilizam a técnica do sforzando em determinadas notas, sobretudo quando elas se prolongam mais (imitação do acordeão).
As letras do funaná geralmente abordam situações do quotidiano, fazendo menções às amarguras e felicidades do dia-a-dia, mas também críticas sociais, reflexões sobre a vida e situações idílicas. Compositores mais recentes, no entanto, têm alargado o leque de temas. Uma característica das letras do funaná tradicional é que a poesia não é feita de um modo directo, mas usa frequentemente figuras de estilo, provérbios e ditados populares.

Exemplo: excerto da letra da música «Tunuca» de Orlando Pantera.
Letra em crioulo:
Tradução literal para Português:
Significado real:
Tunúca,
Crê-’u, câ pecádu,
Dâ-’u, câ tâ fládu,
Mâ, sô bú dâ-m’ quí tenê-m’


Tunuca,
Querer-te não é pecado,
Dar-te, não se diz,
Mas, só tu dares-me que me retém


Tunuca,
Não há mal em amar-te,
Não sei até onde estás disposta a ir,
Mas vivo ansioso com o que tu podes dar-me

 Tudo isso exige um bom conhecimento da linguagem e cultura populares, e é por isso que composições mais recentes, de autores mais jovens ou de aqueles que tem pouco contacto com a cultura popular nem sempre utilizam as técnicas de poesia referidas anteriormente.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Campanha Internacional para libertar Nigerianas usou fotos de raparigas Guineenses

A autora das fotografias usadas pela campanha mundial a exigir a libertação das nigerianas, raptadas em abril por islamitas, disse apoiar totalmente a iniciativa, mas reconheceu que usar imagens falsas, de crianças da Guiné-Bissau, pode desvalorizar a ação.

Pelo menos uma das fotos usadas pela campanha "Bring Back Our Girls" não é de uma rapariga nigeriana, mas de uma adolescente de 13 anos da Guiné-Bissau fotografada por Ami Vitale, em 2011.
"Apoio totalmente as raparigas e a campanha, mas usar imagens de pessoas que nada tem a ver com o caso, e portanto dar uma imagem falsa, não ajuda as raparigas raptadas na Nigéria, nem as raparigas da Guiné-Bissau", disse à agência Lusa, por email, a fotógrafa Ami Vitale, autora das fotografias inicialmente usadas na campanha.
Quando detectou o uso indevido das imagens, Ami Vitale contactou as pessoas que divulgaram inicialmente a "Bring Back Our Girls" para impedir a difusão.
Em Abril, o grupo fundamentalista islâmico raptou 276 raparigas, cristãs e muçulmanas, de uma escola em Chibok, no norte da Nigéria. Até agora, 223 jovens continuam desaparecidas.
"Estas fotos nada têm a ver com as raparigas que foram raptadas. Estas raparigas [nas imagens usadas] são da Guiné-Bissau, e a história que retratei é sobre algo completamente diferente. Elas nada têm a ver com estes raptos terríveis. Consegue imaginar a imagem de uma filha usada em todo o mundo como o rosto de tráfico sexual?", disse Ami Vitale, na semana passada, num blogue do jornal norte-americano New York Times (NYT).
"Isto é informação errada (...) conheço estas raparigas, as famílias, que ficariam muito chocadas por verem as imagens das filhas, espalhadas por todo o mundo como o rosto de uma situação horrível", acrescentou.
As raparigas das fotos usadas "não são vítimas", afirmou.
"Usar estas imagens como se fossem vítimas não é verdade. A história que fiz era uma história de esperança", de acordo com as declarações ao blogue "Lens" do NYT.
A campanha mundial, iniciada na Nigéria através da rede social de mensagens instantâneas 'Twitter', 'Bring Back Our Girls', pretende chamar a atenção para a situação no país e salvar as raparigas sequestradas.
Ativo há cinco anos, o Boko Haram foi responsabilizado por mais de 1.500 mortos, só este ano, de acordo com as autoridades nigerianas.
A fotógrafa norte-americana Ami Vitale trabalha com a revista National Geographic e o seu trabalho já foi publicado em muitas outras publicações, como Adventure, Geo, Newsweek, Time, Smithsonian. Vitale conquistou vários prémios de diferentes organizações, como a World Press Photos, Lowell Thomas, Lucie, Daniel Pearl e o prémio Magazine Photographer of the Year, entre outros.

Recentemente, Ami Vitale tem colaborado com a organização Ripple Effect Images, que procura ilustrar os problemas específicos das mulheres nos países em desenvolvimento e os programas que as podem ajudar. 
Fonte: Lusa

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Universidade Jean Piaget realiza o 1º fórum Cabo-Verde e a inclusão: Desafios para o Novo Milénio




No passado dia 5 de Maio, segunda-feira deu-se o arranque do primeiro fórum sobre a inclusão e desafios para o novo milénio, na universidade Jean Piaget na cidade da Praia. Este fórum reuniu responsáveis de várias Instituições, Ministério, comunidade académica, pessoas portadoras de deficiência, confecções religiosas, entre outros.

O fórum foi dividido em quatro painéis (Inclusão em Cabo-Verde: percurso e desafios, Educação Inclusiva: práticas e perspectivas, Inclusão, saúde e protecção social, Mercado de trabalho e inclusão), e dois workshops (1º deficiência visual: técnica de promoção à autonomia, práticas Pedagógicas e Inclusão; 2º deficiência motora: técnica de promoção à autonomia, Ergonomia e a prevenção das alterações posturais).      
 “Esta iniciativa é o 1º passo para despoletar um observatório de inclusão social e a Uni-Piaget está a trabalhar para fomentar uma agenda de pesquisa sobre esta matéria no meio académica” diz a coordenadora da iniciativa Leila Furtado.
Segundo Gertrudes Oliveira, Directora da Unidade das Ciências Políticas, da Educação e do Comportamento, da Uni-Piaget, o objectivo é fazer com que a comunidade académica se interessa, mobilize e tenha acesso a dados. Disse ainda que a própria comunidade Cabo-verdiana vai beneficiar desse observatório.  
A inclusão na governança do sistema contributivo é outro desafio importante. "O diploma está pronto e garante a presença dos sindicatos e do patronato na gestão do INPS", garante a Ministra da Juventude, Emprego e Formação Profissional, Janira Hopffer Almada que presidiu a cerimónia de abertura deste fórum. Ainda acrescentou dizendo que a inclusão é um processo que envolve todos: a família, igreja, escolas.